domingo, 30 de maio de 2010

Reagindo aos poucos

Depois de me sentir péssima, muito mal mesmo, por alguns dias, hoje conseguir me reerguer um pouco. Nada como um dia de sol para nos trazer esperanças de que dias melhores virão. Sob essa nova espectativa, resolvi levantar da cama e dar uma volta na praia, que fica aqui ao lado da minha casa, mas que eu nunca fui. Acreditam nisso? Eu moro há exatos seis meses praticamente na rua da praia e nunca aproveitei isso. Um absurdo!

Na verdade desde que moro neste novo bairro até fui à praia, mas não nesta que está aqui na porta de casa, mas, enfim, sempre há tempo de corrigir alguns probleminhas de percurso. O fato é que, caminhar no calçadão da praia de Imbetiba e simplesmente olhar para o mar me fez ver que as coisas podem não estar tão ruins assim e que eu ainda tenho forças para continuar aonde estou.

É claro que ainda sinto que não é aqui o meu lugar e nem aonde quero ficar. Ainda quero (e vou) voltar para perto da minha família, mesmo que não seja para a mesma cidade, mas estarei mais perto em breve, se Deus quiser. Só que eu sinto que ainda não é o momento para que isto aconteça e preciso ser forte o suficiente para tornar esta situação mais leve e mais fácil de lidar.

O mais difícil mesmo para mim é estar aqui sozinha, sem ter ninguém para conversar e ter os meus pais longe de mim. Sei que preciso aprender a ser mais independente deles no que diz respeito ao lado emocional, mas está sendo mais difícil do que eu imaginei quando decidi ficar sozinha aqui em Macaé.

O importante é saber (e ter a certeza) de que esta situação não é definitiva e de que nenhum sofrimento é eterno. Em breve (e preciso manter o meu pensamento firme nisso) estarei de volta para junto dos meus e sei que isso vai acontecer no momento certo e da melhor forma possível. Até o próximo post no qual, quem sabe, poderei dar ótimas notícias!

sábado, 29 de maio de 2010

Depressão

A tristeza vem e muitas vezes da mesma forma que chega vai embora. Mas, nos últimos dias, parece que ela veio para ficar. Tem horas que penso que não vou mais agüentar. Parece que o fardo está muito pesado, apesar de saber que nada que nos acontece é sem um motivo, mas às vezes a dor é insuportável.

Ultimamente tenho me questionado se preciso realmente passar pelas coisas que estou passando, se não estou sofrendo sem motivo, mas não consigo chegar a nenhuma conclusão. Peço a Deus que me ilumine e que me mostre o caminho certo todos os dias, para que eu saia desse sofrimento constante em que me encontro.

Não sei mais a quem recorrer. Na verdade, acho que só eu mesma posso resolver essa situação. Percebo que o tempo está correndo e eu aqui nesse beco sem saída, nessa vida sem sentido, nessa tristeza que não passa. Mas ainda tenho fé de que um dia vai passar e eu ainda vou ser uma pessoa feliz. Se Deus quiser!

É uma pena que, na maioria das vezes, eu não tenha coisas boas para contar neste meu espaço, mas é que a vida não tem sido muito fácil e preciso desabafar de alguma forma. Espero um dia poder escrever somente sobre coisas agradáveis e momentos felizes da minha existência. Até o próximo post ( se é que alguém acompanha este blog)!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Desabafo


Conviver com as pessoas é mesmo uma tarefa muito difícil e tenho tentado aprender a cada dia. E, como jornalista, este é um exercício que exige muita calma e paciência, principalmente porque as pessoas querem que você faça as coisas do jeito delas, sem preocupar com ética ou o que é importante de ser levado ao conhecimento dos leitores.

O engraçado é que para na hora de ligar para elogiar uma matéria que foi publicada e agradecer por uma notícia que possui importância para toda a população, ninguém o faz. Mas na hora de reclamar por um simples erro, que pode ser facilmente consertado, aí sim o telefone toca e a conversa não é das mais agradáveis.

Nesses dois anos que estou trabalhando no jornal tenho lidado com todos os tipos de situação e posso dizer que já melhorei bastante. Minha tolerância aumentou muito, pois não tinha nenhuma no começo. Hoje sei lidar melhor com as situações, mas ainda me estresso bastante. Ainda preciso melhorar muito e espero que isso aconteça.

Posso afirmar que, o mais difícil é trabalhar com a polícia. Eles passam informação quando querem e quando a gente coloca a verdade no jornal, sai de baixo. Eles ficam indignados, porque a população não pode saber que a violência está aumentando na cidade. Não! As pessoas tem que ser enganadas, porque colocar uma coisa dessas no jornal significa deixar todos assustados e alarmados. Eu realmente não tenho estômago para lidar com esses profissionais de vez em quando.

Bom, este foi um rápido desabafo da minha indignação de hoje, que não podia deixar de registrar. Até o próximo post!

domingo, 23 de maio de 2010

As dificuldades de uma simples dieta

Tudo começou quando fui fazer exames de rotina e o resultado do hemograma deu que o meu trigliceríde estava muito alto. Bom, aí tive que consultar uma nutricionista, que mandou fazer uma dieta bem rigorosa. A pior notícia foi a seguinte: “você não pode comer biscoito recheado. É um veneno para você. E pizza também precisa ser evitada”.

Pronto! Meu mundo caiu! Como ficar sem meu único vício? Já fiquei nervosa e quando isso acontece já me dá vontade de comer justamente o que não posso. Aliás, já estava precisando fazer mesmo uma dieta, pois ganhei uns quilinhos nos últimos anos, mas nunca imaginei que seria tão difícil. E o problema é que agora não é apenas uma questão de estética. A minha saúde também depende dessa dieta, que não consigo fazer de jeito nenhum.

Nunca suportei a ideia de ter que deixar de comer as comidas que mais gosto, principalmente porque tem tantas pessoas passando fome no mundo, que sentem vontade e não comem porque não tem dinheiro para comprar. Mas agora a situação é diferente. Não é só porque tenho que emagrecer e, sim, porque disso depende a minha saúde. Ultimamente, tenho passado mal com algumas coisas que eu como. Até mesmo o biscoito recheado e a pizza tem me feito mal.

E o pior é que não tenho vergonha na cara e continuo comendo! Para seguir a minha dieta, tenho que tomar sopa todos os dias no jantar ou então comer apenas uma salada, e isso é muito difícil para mim. Nas últimas semanas, com a mudança nos meus horários de trabalho, tenho me alimentado muito mal, comendo ainda mais besteiras do que antes, o que não posso de jeito nenhum. Hoje não resisti e acabei pedindo uma pizza do Habibs. Estou resistindo a semana toda, mas hoje realmente não consegui me controlar. E como é bom comer quando a gente está com muita vontade!

Bom, o jeito é tentar tomar vergonha na cara e seguir a dieta que tenho que fazer. Até porque, no início de junho preciso repetir o exame para ver se as taxas abaixaram e, se isso não acontecer, a situação vai ficar ainda pior. Que Deus me ajude nessa empreitada!




Linda a pizza de hoje!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A arte de escrever

Os dias tem sido bastante cansativos! Muito trabalho e pouco tempo para cuidar de mim e da minha casa. Essa é a vida de trabalhadora e dona de casa... Essa é a vida da mulher moderna! Se o trabalho aumenta na empresa, temos que nos virar para conciliar tudo e dar conta das duas funções.

Às vezes até me sinto aliviada por não ter marido, nem filhos, e por ter de cuidar apenas de mim. É claro que são raros esses momentos, pois na maioria deles me sinto bem sozinha e gostaria muito de já ter formado a minha família. Mas sei que um dia isso vai acontecer.

Enfim, o trabalho no jornal aumentou e o meu tempo escasseou! Desde a semana passada não consigo pedir água para a minha casa e vou me virando como posso. Essa é a vida de jornalista. Vida que muitos julgam ser fácil e glamourosa, mas não tem nada disso. Ser jornalista é estar ligado 24 horas por dia, mesmo que você precise descansar. Ser jornalista é ficar sem almoçar quando aquele furo de reportagem aparece.

O dia a dia de um jornalista não tem nem um pouquinho de glamour. Muito pelo contrário! O uniforme de trabalho é o mais confortável possível e nem sempre as pautas são legais de fazer. Temos que aguentar reclamação dos entrevistados quando a matéria não agrada e são poucos os elogios e agradecimentos!

Mesmo com todos os pontos negativos, que existem em todas as profissões, ser jornalista é muito gratificante. Através do exercício diário de levar informação às pessoas, conseguimos também solucionar muitos problemas e contribuir um pouco para melhorar a vida dos moradores de uma cidade ou de um bairro. Isso me faz ter orgulho de ser jornalista!

Mas o cansaço, o desânimo, às vezes bate à nossa porta e precisamos saber reverter a situação. Hoje me sinto muito cansada. Um cansaço físico, mas por enquanto não tenho vontade de desistir da nova missão que tenho pela frente. E vamos nessa que está bom abeça!

domingo, 16 de maio de 2010

Na hora da dor, a união...

Sempre ouvi dizer que nos momentos de sofrimento e de perda, as pessoas se unem para superar as situações difíceis. Com a morte da minha avó, cheguei a conclusão de que isso é realmente uma verdade.

A minha família de Angra dos Reis (por parte de mãe) é muito grande e foi a que eu mais convivi na infância e parte da adolescência. Nos últimos anos, com a distância muito grande e outros rumos que a vida foi tomando, acabei me afastando um pouco, mas a afinidade sempre foi forte.

Talvez, por ser uma grande família, a união não se fazia muito presente, pois entre os 8 filhos que meus avós geraram, muitos construíram a sua própria família e nem sempre podiam estar junto nas reuniões. Depois da partida da minha avó, no entanto, a união se tornou necessária e todos fazem questão de estar junto do meu avô, que acabou de perder a companheira de 49 anos.

Mesmo com essa triste perda, que mexeu muito com todos os membros da família, um clima diferente brotou. Neste fim de semana, pude perceber que as pessoas estão mais próximas e que meu avô, que sempre foi mais na dele, está fazendo questão da presença de todos e mudou o seu comportamento. Está mais perto dos filhos e netos e mais preocupado com suas vidas.

A lição que tiramos disso tudo é que, infelizmente, às vezes é necessário que alguma situação ruim aconteça para que surjam uma série de coisas boas. Nem sempre temos a noção do quanto a vida é curta e gastamos o nosso tempo precioso brigando e discutindo com pessoas que nos são tão importantes. Sempre achamos que vamos ter outra oportunidade e que teremos outra chance de consertar o que fizemos.

Da última vez que estive em Angra, minha avó me chamou para ir almoçar em sua casa. Como eu não estava me sentindo bem, já que a dengue começava a me atacar, preferi não ir e adiei para a próxima vez que viesse a cidade. Infelizmente, nesta próxima vez não a encontrei mais por aqui e perdi a oportunidade de vê-la pela última vez.

Não me culpo por isso, porque é claro que, se eu soubesse que tudo isso iria acontecer, eu teria ido ficar um pouco com ela. Mas, na mania de sempre deixar para depois, deixei para mais tarde a última chance de ver uma pessoa tão querida.

É assim que as coisas acontecem. Mas me sinto muito feliz por ver que a minha família está se unindo com toda essa situação e que as pessoas estão bem, apesar de tudo. Este foi um final de semana muito agradável e feliz, apesar da ausência dela ter sido notada em cada canto daquela casa, que ela tanto amava.

Acho que está para vir uma nova fase. E muito mais agradável!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Vai deixar muitas saudades...

Ontem, dia 12 de maio, perdemos uma pessoa muito importante na família. E durante todo o dia de hoje, em meio a confusão e correria da redação, meus pensamentos estavam em Angra dos Reis. Com todas as lembranças que me vinham à cabeça, uma pergunta me perturbava. O que minha avó, tão querida, representa na minha vida?

No final do dia, depois de todas as boas recordações que me assolaram, cheguei à conclusão de que a minha avó representa toda a minha infância. Foi na casa dela que passei as melhores fases da minha vida. Ir para Angra sempre esteve relacionado a sua casa e a tudo o que estar nela representava.

A minha avó significava a reunião dos primos para moer a paçoca. Era aquela disputa pra ver quem ia moer mais. Quanta saudade desse tempo! A nossa maior preocupação era estar ali, naquele momento, e como insistíamos para que ela fizesse paçoca. E ela estava sempre disposta a fazer!

A minha avó significava os bolos, que ela sempre fez questão de preparar para os aniversários de todos os filhos e netos. E como eram gostosos! Quantas e quantas vezes a vi preparar esses bolos e como eu gostava de ver. Ela era realmente mestre nesta arte. Além de fazer, ela ainda fazia questão de cortar e distribuir os pedaços de bolo para os convidados na festa. Aliás, acho que esses eram os seus momentos preferidos, pois aproveitava para comer uns pedacinhos, o que não podia. Já foram vários os flagrantes dessas horas, e como nos divertíamos com a sua travessura, comendo escondido como se fosse uma criança.

A minha avó significava a oração na hora de dormir. Sempre que ia nos visitar em Volta Redonda e ficava alguns dias a mais, ela dormia no meu quarto. Na hora de deitar ela me ensinou aquela oração, que para sempre guardarei na minha lembrança:

Santo anjo do Senhor
Meu zeloso guardador
Se a ti me confiou a piedade divina
Sempre me rege
Me guarde
Me governe
Me ilumine
Amém

A minha avó significava a família reunida, mesmo que isso não acontecesse em todas as comemorações, mas sempre foi em sua casa que todos riam, brincavam, dançavam e se divertiam.

A minha avó significava a fragilidade de uma pessoa que era amada por todos e que vai ser lembrada por muito tempo ainda. Com ela, morre uma parte da minha infância, que vai para sempre ficar dentro de mim, guardada na lembrança, não só minha como também dos meus primos que vivenciaram tudo isso junto comigo.

Nos últimos tempos pude voltar a conviver com ela, com o retorno dos meus pais a Angra dos Reis. Um de seus desejos, e que sempre falava comigo, era que o meu casamento seria na sua casa. “Eu já reformei a varanda e o seu casamento vai ser lá”. E eu dizia: “Tudo bem vó. Agora só me falta arrumar o noivo”. E ela ria! Infelizmente, quando isso acontecer, sendo na varanda da sua casa ou em outro lugar, ela não estará presente fisicamente. Mas, com certeza, estará no meu coração!

E agora como voltar a Angra e não encontrá-la por lá? Porque, para mim, a minha terra natal sempre foi sinônimo de estar com meus avós, com minha dinda, com meus primos. Agora, umas dessas referências se foi e só me resta guardar na lembrança o gosto da paçoca, dos bolos de chocolate e de tudo de tão importante que ela representava. Porque as perdas fazem parte da nossa vida. A morte é a única certeza que temos quando nascemos e, mesmo assim, sofremos quando ela acontece. Existem pessoas que a gente nunca imagina que vai morrer. Quando fiquei sabendo que minha avó não estava bem nesta semana, pensei: “Ela vai ficar bem, como ficou nas outras vezes”. Jamais imaginei que havia chegado a sua hora.

Mas os momentos vividos nunca serão esquecidos e, um dia, eu sei que estaremos todos juntos novamente, comemorando por todas as vitórias conquistadas nesta existência. Te amo, vó! Descanse em paz!