Estava aqui no computador e, entre uma conversa e outra no MSN, resolvi dar uma olhada nos meus arquivos. Eis que "descobri" este texto abaixo, que na época gostei muito ter escrito e descrevia perfeitamente o momento tenso e doloroso pelo qual passam os formandos da faculdade no momento da confecção de suas monografias. O mais engraçado é que na ocasião não queria ser jornalista (apesar de estar na faculdade de Jornalismo) e acabei conseguindo emprego "sem querer" em um jornal diário. Confiram a crônica abaixo...
Difícil escolha
Neste ano de 2007, estarei completando minha faculdade de Jornalismo, graças à Deus (diga-se de passagem). Gosto muito dos professores e da maioria dos meus colegas, mas infelizmente descobri que Jornalismo não é a minha. Enfim, o fato é que, por consequência da conclusão do curso, vem a produção da monografia. Esta é a parte mais difícil.
A monografia é feita em dupla e farei com minha amiga Glaucia. Começamos a elaborar o trabalho em agosto de 2006, ou seja, no 6° período da faculdade. O tema era “A inclusão digital dos cegos”. Estávamos animadíssimas, pois não seria difícil conseguir material, tanto bibliográfico quanto prático. No entanto (essas coisas sempre tem um porém), em nossa primeira visita ao local em que aconteceria a inclusão digital, descobrimos que o projeto é apenas mais um que só funciona no papel. Neste momento, começou nossa (minha principalmente) agonia em relação ao tema da monografia.
Eu e Glaucia saímos na frente em relação a toda nossa turma, pois fomos as únicas que não precisamos mudar muita coisa (até o início do ano) e fomos logo fazendo a parte prática, que costuma ser das últimas coisas a serem feitas. Já produzimos nosso documentário quase todo! Aí veio essa notícia, que para mim, caiu como uma bomba. Mudar o tema depois de termos conseguido tanta coisa seria o fim, ainda mais que temos pouquíssimo tempo de entrega. A minha maior preocupação era o fato de eu estar de férias e queria abraçar o mundo, ou seja, se fosse possível gostaria de ter minha monografia pronta em 20 dias. Isso era impossível!
Passamos por várias dúvidas, dilemas, confusões, conversas com nossa orientadora sobre a questão. Hoje, não consigo contabilizar quantas foram as vezes que mudamos o tema. Confesso que tudo isso foi mais por minha culpa, pois não consegui me encaixar em quase nenhum dos temas propostos pela orientadora da monografia que, coitada, deve ter ficado com muita raiva da gente enchendo a paciência dela, é realmente uma pessoa maravilhosa (não estou puxando o saco!).
Mas, graças ao bom Deus, decidimos pelo tema que será mais fácil e também (espero) renderá uma boa monografia. Agora decidimos fazer uma crítica ao projeto elaborado pelo Governo Federal e que só existe no papel. Temos um bom material e gente disposta a colaborar com nosso trabalho, já que ele será interessante na divulgação de um local que procura ensinar os cegos a lidar com as principais dificuldades por eles encontradas. É um trabalho muito interessante e nossa monografia vai ser a melhor de todas, pois estamos encarando-a como uma forma de ajudar um pouco essas pessoas e não apenas como uma forma de estudo.
É até engraçado, porque estávamos com a monografia pronta na nossa frente (inclusive com 02 temas para escolher) e parecia que estávamos “cegas”, assim como os alunos do projeto. Um dos temas seria mostrar como os deficientes visuais têm acesso aos meios de comunicação. Este ficou sendo tema por alguns dias, mas confesso que não consegui me encaixar nele, não conseguia visualizá-lo. E o outro é exatamente este pelo qual optamos. É um tema mais fácil e para o qual estamos mais bem preparadas para elaborar. Sem contar que, com ele, voltaremos aos nossos objetivos iniciais, que eram divulgar o projeto e mostrar que em Itaperuna existe um lugar onde os cegos tem vez, tem o seu espaço.