quarta-feira, 15 de maio de 2013

Tudo o que eu precisava ler hoje

A vida anda tão corrida, tão cheia de compromissos, que às vezes a gente se esquece do que realmente importa, daquilo que nos faz feliz de verdade. Hoje recebi este texto, como tantos outros que recebo diariamente por e-mail, que me fez parar um pouco e refletir a respeito. Sempre me pergunto: até que ponto vale a pena abdicar de tantas coisas para ter uma carreira profissional bem sucedida? Muitas vezes chego a conclusão de que não é este o sentido da vida, mas o mundo nos impõe algumas condições. Temos que ser independentes, estudar, estudar e estudar mais um pouco, ser proativos, estar antenados, ser magro, bonito, elegante, se vestir com tal roupa, calçar tal sapato, etc. Mas será que isso nos faz ser alguém de verdade? Será que tudo isso vai realmente nos trazer a tão sonhada felicidade? Os questionamentos não param de surgir na minha cabeça e, na verdade, penso nisso todos os dias! Mas são meus questionamentos. E você, o que pensa a respeito? 

Segue o texto...

Tempo e oportunidade

Troca-se um relógio com tempo rápido, por um relógio de horas longas. Para olhar a natureza, e apreciar os pássaros.
Troca-se um dia apavorado, preso, rápido, por um dia solto, leve e comprido. Para brincar e aproveitar a vida.

* * *
O poema singelo é de uma jovem estudante, de alguém que, mesmo em tenra idade, descobriu que o tempo é um dos bens mais preciosos que temos.
Nenhum dia é igual ao outro na natureza. Eles não se repetem, são únicos.
O homem é que os torna iguais, repetitivos, cansativos, quando simplesmente se esquece de dirigir a sua vida e permite que a vida o carregue.
É certo que o mundo moderno nos exige muito para acompanhá-lo, para estar em sintonia com tudo de novo que surge, mas poderíamos questionar: precisamos realmente de tudo isso?
Precisamos deixar que o trabalho nos escravize, que ocupe grande parte de nosso tempo, de nossas forças?
Precisamos estar sempre pensando na competição, em ser melhores do que os outros, em estar na frente das outras ideias, em estar sempre na vanguarda de tudo?
Será preciso acompanhar os modismos, as novidades das mídias, para nos sentirmos bem?
Se fizermos uma análise profunda, veremos que não, que não precisamos de muito do que temos, de muito do que dizem que devemos ter para construir uma vida agradável e feliz.
Para quem raciocina que tempo é dinheiro, talvez olhar a natureza seja perda de tempo, mas para quem já aprendeu a ver que tempo é oportunidade, descobrirá que apreciar os pássaros, passar mais tempo com a família, ouvir uma boa música, ler um bom livro, são oportunidades da vida bem aproveitadas.
Um pai, ou uma mãe que tomem a resolução de abrir mão de um sucesso maior na profissão, por acreditarem que necessitam estar mais próximos dos filhos, com certeza se sentirão mais realizados do que aqueles que lutam incansavelmente para dar tudo à família, e esquecem que a sua presença, a sua atenção, o seu tempo, é o que de mais valioso podem dar a eles.
Esta existência é uma oportunidade única, e é chegado o momento de despertar para os verdadeiros objetivos que devemos ter aqui.
É chegado o instante de redescobrir o tempo e a sua utilidade.
* * *
Que tal pensarmos: quando foi a última vez que dedicamos o dia para estar com os nossos afetos?
Quando foi a última vez que conseguimos nos desligar dos problemas profissionais, para nos ocuparmos com atividades filantrópicas?
Quando foi a última vez que paramos para ouvir, de corpo e alma uma música, deixando-nos penetrar pela harmonia?
Quando foi a última vez que lemos um livro nobre, uma página edificante?
Quando foi a última vez que lembramos que somos um Espírito imortal, e que nada levaremos deste mundo além das nossas conquistas morais?
Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base em poema de Aline Bescrovaine Pereira, da coletânea Palavra viva, do Colégio Positivo,
ano 1998.
Em 15.5.2013.